Alianças estratégicas no universo da inovação

As organizações que pretendem inovar de fato deveriam estabelecer alianças estratégicas com centros de pesquisas, universidades, fornecedores, clientes e startups.

Existe uma percepção, por parte de executivos de grandes empresas, de que a principal agenda para inovar estaria relacionada unicamente ao ambiente de startups e à aquisição de novas tecnologias. Pois bem, este entendimento não é completo. Partindo do princípio da inovação aberta e da técnica adequada, as organizações que pretendem inovar de fato deveriam estabelecer alianças estratégicas com centros de pesquisas, universidades, fornecedores, clientes e startups. A visão deveria ser mais ampliada e com o devido entendimento sobre ecossistemas.

Além dos bons hubs de inovação espalhados pelo Brasil e pelo mundo, a relação com parceiros de negócio para inovação deveria iniciar com uma clara visão do planejamento estratégico da organização. Ou seja, quais são os principais critérios de sucesso, os projetos prioritários escolhidos pela alta liderança e a capacidade para investimento? A partir desta análise, problemas de negócio serão estabelecidos, podendo ser a sua solução interna ou externa.

Normalmente a busca por parceiros e alianças estratégicas advém do reconhecimento da inexistência de conhecimento interno, em temas variados, como necessidades por eficiência operacional, tratamento de dados, desenho da jornada do cliente, pesquisas de ponta, novas tecnologias e novos modelos de negócio. Neste caso, as alianças estratégicas são fundamentais para o crescimento da organização.

Uma das empresas brasileiras mais inovadoras entendeu estes processos quase na iminência da sua bancarrota financeira. Devido às inúmeras mudanças de mercado, crise de crédito e clientes demandando novas soluções de produto, a criação de uma estratégia de inovação, desdobrada em um claro portfólio de projetos e desenvolvimento de alianças estratégicas, foi iniciada. Em um curto espaço de tempo, mais de 500 memorandos de entendimento foram assinados com importantes centros de pesquisa, empresas de tecnologia e startups em todo o mundo, alterando o patamar de crescimento desta organização.

Este caso, bem como tantos outros observados pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), evidenciam um desafio: não simplificar a inovação ao universo das startups é vital. Existe uma gigantesca oportunidade para desenvolvimento de novos produtos, processos e tecnologias de ruptura, desde que a abertura para o novo, o tempo para testar novas soluções e a disponibilidade de recursos e equipes sejam concretos.

Mais importante do que isto é o descasamento destas alianças estratégicas para os resultados de curto prazo. Não resta dúvida de que concretizar projetos de inovação com novos conhecimentos e receita nova é vital. No entanto, a criação de novos mercados demanda tempo, disponibilidade e uma visão estratégica além da usual. Logo, boas parcerias, senso de aprendizagem e criação de novas vias de crescimento devem estar na pauta dos principais executivos e tomadores de decisão urgentemente.

FONTE:

https://epocanegocios.globo.com/startups/coluna/2023/06/aliancas-estrategicas-no-universo-da-inovacao.ghtml