Alemanha proíbe venda de smartwatches destinados a crianças

 A Alemanha acaba de proibir a venda de smartwatches voltados para crianças. O motivo seria que o órgão que regula esse tipo de dispositivo no país entendeu que os relógios inteligentes podem ser usados como aparelhos de espionagem não autorizados.

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smartwatches infantis
Foto: Canaltech

 Anteriormente, o país já havia banido a comercialização de uma boneca chamada My Friend Cayla, porque ela, ao se conectar à internet, poderia fornecer dados sobre a localização da criança. Agora, especialistas temem que essas decisões ameacem o avanço da Internet das Coisas no país, mas outros acreditam que a decisão seja algo positivo.

“Os dispositivos inteligentes mal protegidos geralmente permitem a invasão de privacidade, e isso é realmente preocupante quando se trata de relógios com rastreamento GPS para crianças – pois os próprios relógios deveriam ajudar a mantê-las seguras”, opinou Ken Munro, especialista em segurança da Pen Test Partners.

Tudo isso porque, como sendo este um mercado relativamente novo, ainda há uma ausência de regulamentações que garantam, efetivamente, a privacidade do usuário. E, quando se trata de crianças, a coisa fica ainda mais delicada.

A agência alemã que determinou a proibição da venda de smartwatches para menores de idade no país declarou que “através de um aplicativo, os pais podem usar os relógios de seus filhos para monitorar o ambiente da criança” e, portanto, os smartwatches “devem ser considerados como um sistema de transmissão não autorizado”. Ainda segundo o órgão, “de acordo com uma pesquisa, os relógios também são usados para ouvir professores na sala de aula”.

Para garantir que esses gadgets não sejam usados mais no ambiente escolar, a agência pediu que as escolas prestem mais atenção para o uso dos relógios inteligentes entre os estudantes. Muitos desses dispositivos são destinados a crianças entre 5 e 12 anos na Alemanha, e a maioria deles conta com um cartão SIM e uma função de telefonia que, ainda que limitada, pode ser controlada por meio de apps a distância.

Agora, organizações como a NCC estão pressionando fabricantes de smartwatches para garantir que os aparelhos fiquem realmente seguros no que diz respeito a possibilidades de invasões, e também à coleta de dados, que pode impactar na privacidade do usuário.

FONTE: Terra