Airbnb vai começar a projetar casas em 2019

Empresa quer entrar no ramo imobiliário

EVENTO DO AIRBNB (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

Virou clichê dizer que a maior empresa de mobilidade do mundo não tem nenhum carro e que a maior plataforma de hotelaria não possui sequer um quarto. Mas o Airbnb aparentemente tem outra visão sobre o futuro da economia de compartilhamento. Após criar uma rede global com mais de 5 milhões de imóveis disponíveis, entre casas, apartamentos, quartos, castelos e casas na árvore, e construir um negócio de US$ 38 bilhões, o Airbnb começou a se perguntar qual seria o próximo passo.

Em 2016, o chefe de produto (CPO) e cofundador da empresa, Joe Gebbia, criou a Samara, uma divisão dentro do Airbnb para desenvolver novos produtos e serviços. A  Samara anunciou, à Fast Company, uma nova iniciativa.

Chamado de Backyard (“quintal”, em tradução livre), o projeto vai “desenvolver novas formas de construir e compartilhar casas”. Os primeiros testes devem ser apresentados ao público em 2019. Mas o que isso significa? Que no ano que vem a empresa deve começar a construir protótipos de casas.

Segundo Gebbia, o projeto pode envolver pequenas habitações pré-fabricadas, assim como materiais de construção sustentáveis, casas e complexos de várias unidades habitacionais. O Backyard provavelmente será tanto produtor quanto um marketplace para vender itens para casa e construção.

“O Backyard investiga como as construções podem usar técnicas sofisticadas de manufatura, tecnologias de casas inteligentes, e temos muita vantagem ao ter insights da comunidade do Airbnb”, diz Gebbia. “Não é construir uma casa, é uma iniciativa para repensar as casas. Casas são complexas e estamos tomando uma abordagem ampla — não queremos apenas desenhar uma coisa, mas um sistema que pode ter muitos propósitos”.

Há hoje uma necessidade real em repensar as habitações. Conforme prevê a ONU, o mundo irá construir aproximadamente 3 trilhões de metros quadrados em habitação até 2060 — o equivalente a uma Paris por semana, lembra Gebbia. Outro problema é que a própria construção impõe desafios ambientais. Nos Estados Unidos, o setor contribui para 39% das emissões de dióxido de carbono.

Para o Airbnb, a iniciativa também representa uma grande oportunidade de diversificar seus negócios. Afinal, com um produto digital, a empresa sempre está vulnerável a ser substituída por um concorrente. O Airbnb não dá detalhes sobre o lançamento no próximo ano, mas a Fast Company diz que há algumas pistas. Os espaços devem ser desenhados para serem compartilhados. Eles também serão adaptáveis, o que não significa apenas colocar mais camas em um quarto de hóspedes, mas construir um local que possa ser reconfigurado de acordo com a mudança das necessidades de seus ocupantes.

FONTE: ÉPOCA