Creditares quer sua tecnologia seja usada diretamente por bancos, revendas de insumos e empresas do setor, o que ajudará a gerar um salto nos volumes aprovados.
José Corral (à esquerda) e Daniel Latorraca: plano é expandir utilização da plataforma de dados e análise de risco — Foto: Divulgação
Prestes a completar dois anos de atuação e com um histórico de aprovação de R$ 420 milhões em financiamentos rurais nesse período, a agtech Creditares quer expandir o uso da sua plataforma de captura de dados de produtores rurais, análise de risco de crédito e monitoramento das operações financeiras.
A ideia é que a tecnologia, chamada “Agro Open Bank”, seja usada diretamente por bancos, revendas de insumos e empresas do setor, o que deverá gerar um salto nos volumes aprovados em novos financiamentos para até R$ 1 bilhão já em 2024. A meta é chegar a R$ 5 bilhões em 2026.
José Corral, CEO da Creditares, afirma que um dos maiores bancos do país já concluiu a contratação da plataforma, no sistema “white-label”, para ser a esteira oficial de análise de crédito rural. Grandes grupos de revendas de insumos e sementeiras estão em processo semelhante para utilização do serviço nas suas operações.
“Nosso objetivo é atender cada vez mais os clientes no modelo empresa para empresa [B2B], para fazer a conexão entre produtores e financiadores ocorrer dentro desse ecossistema”, afirmou Corral. “Queremos expandir a plataforma, permear revendas, sementeira, bancos e fundos, para que o mercado consiga se financiar de forma mais rápida, digital e assertiva”, completou.
Até agora, a tecnologia era usada internamente, com a originação e o tratamento de dados a cargo da Creditares, que disparava as informações dos mais de dois mil produtores cadastrados para os possíveis financiadores — são cerca de 20 instituições financeiras com acesso a essa seleção. Só em 2023, a empresa aprovou R$ 300 milhões em crédito rural nesse modelo.
“Estamos prontos para colocar a plataforma à disposição das empresas e escalar os resultados”, disse Corral, que tem ao seu lado o ex-superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Daniel Latorraca, na direção das operações da Creditares. Com essa expectativa, o número de produtores cadastrados — com análise de crédito e dossiê completos — deve chegar a 20 mil no fim de 2024.
“A nossa plataforma consegue conectar os dois lados e criar oportunidades e negócios”, disse. Além de bancos, a plataforma também deverá incluir fundos e demais operações do mercado de capitais.
“A ideia é colocar a plataforma à disposição das empresas, para que sirva de infraestrutura para que todos os players consigam operar, digitalizar parâmetros e validar dados em velocidade mais rápida, com todas as informações integradas em um só lugar”, apontou.
Em 2023, o faturamento da Creditares cresceu 370% em relação ao ano anterior. Agora, a previsão é triplicar a receita, que não é revelada. A maior parte dos clientes, agricultores e pecuaristas, está no Centro-Oeste e Matopiba (confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Para fomentar essa expansão nos negócios, a Creditares está em meio a uma nova rodada de investimentos, a terceira desde sua criação, em 2021. O CEO não revela valores ou nomes de possíveis investidores, mas diz que a captação deverá ser concluída ainda no primeiro trimestre deste ano.
A empresa também quer expandir a atuação dos “agro bankers”, profissionais treinados pela agtech para captar clientes e oferecer as soluções de crédito rural.
FONTE:
https://globorural.globo.com/negocios/noticia/2024/01/agtech-de-credito-rural-mira-r-1-bi-em-novos-financiamentos.ghtml