AgriAcordo aposta no mercado brasileiro de comércio de insumos agrícolas B2B

Iniciativa no país é da startup argentina AgriRed, que está em fase de expansão

startup argentina AgriRed, marketplace de comercialização de insumos agrícolas no âmbito B2B, está a um passo de lançar no Brasil a plataforma AgriAcordo, mirando um mercado cinco vezes maior que o de seu país de origem.

No Brasil, as vendas de sementes, defensivos e fertilizantes giram em torno de US$ 30 bilhões por ano, versus US$ 6 bilhões na Argentina — onde a startup já responde por mais de US$ 24 milhões em negócios fechados anualmente.

Gabriel Vidal, 37 anos, economista, sócio-fundador e CEO da AgriRed, conta que o lançamento está previsto para a semana que vem, e que o líder das operações no Brasil é o argentino Julio Zavala, 58 anos.

Engenheiro agrônomo pós-graduado em finanças, Zavala entrou para o time da startup em janeiro último. Com 38 anos de carreira, passou os últimos 8,5 anos na canadense de fertilizantes Nutrien, gerenciando o que eram as operações da antiga Utilfértil, de Itapetininga (SP), onde fica a sede da nova filial da AgriRed.

Marketplace B2B

“Somos um mercado eletrônico para a comercialização de insumos agrícolas dedicado somente ao setor atacadista. Nossa rede conecta centenas de empresas e revendas e permite que elas publiquem ofertas, tenham acesso a cotações e recebam propostas de negócios dos outros usuários”, explica Vidal.

Tanto do lado vendedor quanto do comprador, o hall de players vai de indústrias produtoras de insumos a empresas importadoras, nacionais e multinacionais, além de revendas pequenas, grandes e médias e cooperativas, que a partir da AgriRed têm mais um canal para comercializar seu estoque excedente ou abastecer as prateleiras.

Todos os players inseridos no marketplace passam por análise de crédito e aprovação preliminar. E, com isso, as ofertas e demandas são publicadas sem a identificação do comprador ou vendedor. “Nossa análise prévia permite que as empresas operem às cegas, sem saber quem está do outro lado, e isso democratiza o acesso a melhores preços no mercado”, afirma Vidal. Conforme a negociação avança, são compartilhados dados como o score de crédito das companhias, número de funcionários e localização.

Brasil x Argentina

Na Argentina, em razão da volatilidade do peso, os negócios são feitos em dólares tanto à vista como a prazo safra. De um universo de 1,8 mil empresas do setor de comércio de insumos agrícolas no país, cerca de 40% estão registradas na AgriRed. Destas, 30% já realizaram pelo menos uma transação na plataforma, com tíquete médio de US$ 20 mil. No Brasil, o universo de players de insumos chega a 6,4 mil.

“A escolha de um nome em português, AgriAcordo, vem para aproximar o público da empresa, mas a operação será bastante similar à argentina”, diz Zavala, salvo que os negócios poderão ser feitos em reais. As taxas cobradas por transação serão as mesmas: de 2% sobre vendas de agroquímicos e sementes e de 1% sobre as vendas de fertilizantes.

Oportunidades de parceria

A empresa também irá operar em sistema de parceria com empresas de logística para viabilizar a entrega de produtos entre os agentes que negociam no marketplace. Assim como na Argentina, as transportadoras parceiras no Brasil precisam ter autorização para movimentar substâncias perigosas.

As distâncias percorridas no país vizinho hoje chegam a 3 mil km e a rede de parceiros também trabalha com a entrega em barracões especializados localizados no trajeto entre o comprador e vendedor quando isso facilita o recebimento das cargas.

No Brasil, a AgriAcordo também fará parcerias na área de crédito para oferecer taxas atrativas de financiamento aos entes da cadeia.

Expansão a todo vapor

A atual expansão, segundo Vidal, é um dos frutos dos investimentos recebidos pela startup em rodada liderada pela gestora americana de Venture Capital Xperiment Venture, que já injetou US$ 350 mil na AgriRed, de um total que deve chegar a US$ 1 milhão, incluindo aportes de outros investidores.

Com sede administrativa no Estado americano de Delaware, a AgriRed foi fundada em 2017 em Rosário por um time de quatro argentinos, que permanecem na operação: dois economistas, um contador e um engenheiro agrônomo.

FONTE: https://www.agtechgarage.news/agriacordo-aposta-no-mercado-brasileiro-de-comercio-de-insumos-agricolas-b2b/