A academia do futuro vai ser um videogame (mas você vai suar até mais)

Rede de academia americana Black Box VR usa tecnologia de realidade virtual para combinar diversão e malhação

Usuária em uma das cabines usadas para o treinamento

Califórnia – Uma academia hi-tech de São Francisco faz dos exercícios um jogo de videogame, mas o suor não é brincadeira.

Fundada em 2016 pelos sócios Preston Lewis e Ryan DeLuca, a Black Box VR passou três anos refinando sua tecnologia antes da abertura oficial, em março deste ano, de sua unidade em São Francisco -– estrategicamente posicionada na Market St., em frente aos prédios do Twitter e da Uber.

Com sua segunda unidade inaugurada há pouco na cidade de Boise, no Estado de Idaho, os sócios deixam claro que a expansão é parte dos planos de negócio. “Esperamos ser globais”, diz Preston Lewis ao NeoFeed, cofundador e CEO da empresa.

A ambição é amparada pelos números deste mercado. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Wellness Creative Co., uma consultoria de marketing especializada no segmento de bem-estar, o mercado fitness movimenta quase US$ 90 bilhões em todo mundo, com mais de 200 mil academias, spas e clubes e 174 milhões de membros pagantes.

Só nos Estados Unidos, o crescimento anual deste setor gira na casa dos 3,6%. No país, mais de 38 mil academias estão ativas, o que os coloca na pole position do segmento, seguido de perto pelo Brasil, com 34,5 mil academias em funcionamento.

Para ganhar tração em uma área tão disputada, a Black Box VR oferece atrativos comuns no mercado, como aula demonstração gratuita e mais 30 dias de teste. Mas as semelhanças param por aí.

Uma vez lá dentro, os usuários logo percebem de que se trata de uma experiência completamente diferente de outras academias – embora os resultados possam ser os mesmos.

Os alunos têm de ficar sozinhos em pequenas salas individuais. Depois de vestir os sensores nos punhos, colocam o headset e são levados a um dos seis ambientes virtuais escolhidos previamente. Cada ambiente representa um jogo, que pode ser uma espécie de batalha intergalática, por exemplo.

Para jogar, os usuários precisam mexer o próprio corpo e fazer esforços que passam longe de ser virtual. Segurando uma haste em cada mão, os alunos trabalham, às vezes sem perceber, todos os grupos musculares.

A resistência do aparelho, que pode chegar a quase 60 kg por braço, é calculada automaticamente pela inteligência artificial do programa, que corrige ainda a postura corporal e a eficiência do exercício.

“Nenhuma outra empresa do mercado consegue oferecer essa resistência real em um esporte virtual”, afirma Lewis, defendendo o diferencial da empresa, que já pediu a patente para a sua máquina.

Com 30 minutos de duração, Lewis explica que os usuários realizam cerca de seis exercícios por sessão, como é comum nas academias convencionais. Ainda segundo o fundador da Black Box, frequentar as instalações por três vezes na semana já é o suficiente para ver o resultado.

Os usuários têm a opção de jogar contra um amigo, contra a performance do exercício anterior ou contra ambos.

Todas as cabines (em São Francisco são 14) pedem reserva prévia. O agendamento acontece pelo app da própria academia, que funciona das 6 da manhã às 8 da noite. Para jogar quantas vezes quiser é preciso fazer um investimento de US$ 199 mensais.

Disponível apenas para maiores de 18 anos, a Black Box VR conta com um investimento total de US$ 5 milhões, segundo dados do Crunchbase.

Os fundadores não divulgaram os próximos planos para a rede de academia, nem as próximas unidades ou o número de alunos matriculados, mas não descartam a possibilidade de, um dia, desembarcarem no Brasil também.

FONTE: NEOFEED