Como criar um e-commerce na área da saúde?

O comércio eletrônico vem crescendo consideravelmente nos últimos anos, principalmente após a pandemia de Covid-19. Só no ano de 2021, o faturamento do e-commerce brasileiro foi de R$ 182,7 bilhões, um aumento de 27% em relação ao ano anterior, segundo a Ebit Nielson. E esse número continua crescendo, com previsão de aumentar 126% até 2025, de acordo com pesquisa realizada pela Retail X, que analisou o e-commerce dos países da América Latina.

O setor da saúde não fica de fora desse crescimento. Segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet (CGI.Br), as buscas por serviços de saúde e transações financeiras foram as duas mais praticadas pelos internautas brasileiros.

Passo a passo para abrir um e-commerce de saúde

Para abrir um e-commerce de saúde, é importante se atentar para alguns fatores que serão decisivos na construção da plataforma e na obtenção de sucesso.

Escolha um nicho no mercado

A área da saúde é bastante diversa e dentro dela encontram-se várias possibilidades de nichos que podem ser trabalhados separadamente, como medicamentos e produtos relacionados à farmácia, ou produtos de higiene e beleza. Também é possível trabalhar com e-commerce de saúde voltado para materiais, como os de consultórios e cirúrgicos, podendo atender a diversas áreas, como áreas odontológicas, estéticas, fisioterapêuticas e várias outras.

Além desses nichos, outras possibilidades são relacionadas às áreas de planos e convênios médicos e odontológicos, ofertando esses tipos de serviços de forma online.

Qual o modelo de negócio ideal para a sua empresa?

A escolha do nicho de produto e/ou serviço para se ofertar online está diretamente relacionada com o modelo de negócio. Os produtos e/ou serviço terão foco na venda para outras empresas ou será venda direta para consumidores? Isso norteará as estratégias de marketing e vendas.

B2B

O B2B (Business to Business) é focado na venda para empresas, em que o público-alvo de uma empresa são outras empresas da mesma área. Esse público tem maior racionalidade nas decisões de compra, e o ticket médio é mais alto em relação ao B2C, pois as compras geralmente são realizadas em grande escala.

B2C

O B2C (Business to Consumer) é o modelo de negócio no qual as vendas são feitas entre empresa e consumidor final. Nessas negociações, a compra pelo cliente é levada pela emoção e pela experiência do usuário.

Escolha uma boa plataforma para sua loja

Escolher uma boa plataforma para vender produtos ou serviços é essencial para conseguir sucesso nas vendas, já que a experiência do cliente deve ser sempre considerada em primeiro lugar.

Para obter uma plataforma satisfatória, alguns pontos precisam ser considerados, sendo eles:

Configuração do layout: todo o visual e a interação da plataforma precisam ter a cara do seu negócio, sua marca precisa estar clara e evidente. Afinal de contas, não queremos mais do mesmo. Seu negócio precisa se destacar!

Experiência do usuário: é imprescindível que sua plataforma seja dinâmica e fácil de usar, e que também permita que o usuário tenha uma boa experiência utilizando-a, pois isso ajuda na fidelização do cliente.

Integração: a integração da sua plataforma com as plataformas de monitoramento, como Google Analytics e Facebook Analytics, é essencial para analisar dados e traçar metas de alcance, visibilidade e vendas.

Vendas pela plataforma e formas de pagamento: também é importante possibilitar as vendas e as formas de pagamentos diretamente pela plataforma, de maneira simples e fácil, para que qualquer cliente consiga fechar negócios sem complicações.

Escalabilidade

A escalabilidade é considerada a capacidade de vender um produto ou serviço para um número crescente de clientes sem aumentar o custo da operação. Também pode estar relacionada à capacidade de um sistema de operar uma porção crescente de dados de forma uniforme.

É o elemento capaz de dimensionar o tamanho do projeto conforme a necessidade do negócio, ou seja, a complexidade pode variar desde propostas mais simples até as mais robustas.

Legislação: como funcionam as leis para abrir um negócio virtual relacionado a farmácia?

Diferentemente de outros setores de e-commerce, como o de roupas e calçados, o setor da saúde possui algumas particularidades importantes que merecem atenção.

Segundo a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para abrir uma loja virtual no setor da saúde, é obrigatório que exista uma loja física e um farmacêutico que tire dúvidas dos clientes.

Caso a loja trabalhe com a comercialização de medicamentos, a Anvisa também impõe algumas restrições em relação à venda desses produtos, conforme a lei RDC n°44, de 2009, que regulamenta o comércio online de medicamentos.

Medicamentos que possuem tarjas – por exemplo, os de tarja preta – só podem ser vendidos em lojas físicas, devido à necessidade de prescrição médica para a aquisição. Além disso, existem regulações sobre a divulgação de imagens desses medicamentos.

Por isso, é de extrema importância se atentar para as normas e as regulações da Anvisa para evitar qualquer problema na criação de uma loja online nesse segmento.

O que mais é preciso considerar para abrir uma loja online de saúde?

Apesar das restrições do setor, vender pela internet é altamente lucrativo, principalmente pela possibilidade de alcance de público ser maior do que o ponto físico. Mas, para obter sucesso nas vendas, é preciso levar alguns pontos em consideração, como:

– Forneça a melhor experiência aos seus clientes, dê a possibilidade de eles falarem diretamente com um farmacêutico para tirar dúvidas;

– Realize atendimento personalizado para cada cliente;

– Possua estratégias de marketing bem definidas;

– Invista em serviços que ajudem a aumentar o alcance da sua loja;

– Faça publicidade e produza conteúdo de alta qualidade (mas esteja atento à legislação, entendendo o que é permitido ou não);

– Mantenha interação com os clientes via chats, sites e redes sociais;

– Forneça entrega para outros estados (utilize transportadoras cadastradas pela Anvisa);

– Mantenha o armazenamento dos produtos em locais adequados (fiscalizados);

– Fique atento às novas possibilidades! Apesar de ser importante focar no seu nicho, também é importante ficar atento às tendências que surgem diariamente.

FONTE: https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/como-criar-um-e-commerce-na-area-da-saude