Pandemia acelerou transformação tecnológica da atividade de vigilância.
Com menos pessoas indo aos escritórios, os setores de limpeza e segurança também foram impactados pela nova realidade do trabalho híbrido.
A Associação Brasileira do Mercado de Limpeza (Abralimp) afirmou que com o fechamento dos shopping centers e das escolas e a redução do transporte público e outros, o mercado de prestação de serviços de limpeza vivenciou uma queda.
Já o setor de produtos para assepsia – como álcool em gel, sabonetes antissépticos e desinfetantes de uso geral – teve um crescimento exponencial, especialmente durante a pandemia. Contudo, representantes desses setores não dispõem de números.
O setor de segurança, por sua vez, teve a pandemia como elemento catalisador da transformação que começou a sofrer alguns anos antes.
Paulo Cardoso, consultor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg), afirma que a covid-19 acelerou um processo que já vinha ocorrendo, de substituição de funcionários em recepção tradicional dos edifícios comerciais por recepção virtual (com reconhecimento facial ou um atendente virtual que passa um QR code para liberar a entrada em um edifício) e o modelo “pay-as-you-use”, de utilizar conforme demanda nos dias da semana mais cheios no escritório.
“Antes mesmo da covid-19, já havia um movimento de diminuição do fluxo nos escritórios, mais especificamente de diminuição de brigadistas, copeiras e segurança”, afirma Cardoso. “Empresas prestadoras de serviços perceberam que tinham de se especializar e capacitar melhor funcionários para essa nova realidade. Por outro lado, muitas empresas criaram espaços não fixos, pensados para pessoas que não ficariam ali todos os dias”, complementa.
Outra consequência, afirma, é a maior demanda por itens de segurança eletrônica. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o setor de segurança eletrônica faturou R$ 9,24 bilhões em 2021 (últimos dados disponíveis), alta de 14% em relação a 2020, acima dos 13% do ano anterior.
Os números refletem aumento do uso da tecnologia no setor, como a implantação de body cams (câmeras corporais), equipamentos touchless e câmeras com reconhecimento facial, drones, além de rastreamento de frotas e veículos.
FONTE: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/03/15/limpeza-seguranca-e-transporte-sofrem-com-escritorios-vazios.ghtml