8 tendências que irão impactar o mercado de tecnologia em 2018

Principais lideranças da Dell Technologies avaliaram como a IA, realidade aumentada e novas aplicações de IoT e de nuvem estarão incorporadas ao dia a dia das pessoas e impactarão os processos de digitalização dos negócios

A Dell Technologies elaborou uma ampla análise para projetar quais serão os maiores impactos de tecnologias emergentes em 2018. Os prognósticos são baseados na visão das principais lideranças das empresas que compõem o grupo — Dell, Dell EMC, Pivotal, RSA, SecureWorks, Virtustream e VMware — que relacionaram como inteligência artificial (IA), realidade aumentada/virtual, e avanços emergentes em aplicações de Internet das Coisas e cloud computing devem impactar o mercado no próximo ano.

Segundo Luis Gonçalves, vice-presidente sênior de vendas da Dell EMC Brasil Commercial, nos próximos anos vamos ver essas tecnologias ganharem força e se tornarem cada vez mais comuns, com impacto nos negócios, criação de novas profissões e contribuição para o desenvolvimento da sociedade. De acordo com o executivo, no caso específico do Brasil, em razão do custo da mão de obra, deficiências de capacitação e de competividade, a tendência das empresas é concentrar o foco nas tecnologias mais voltadas ao engajamento do cliente, tais como big data, analytics e inteligência artificial.

Do ponto de vista econômico, já não é mais a banda larga [que determina a necessidade das empresas de modernizar suas infraestruturas de TI], mas ter capacidade para processar um volume maior de dados, de maneira mais rápida, a um custo menor”, diz Gonçalves. Ele observa que em uma década a capacidade de processamento, armazenamento e transmissão de dados cresceu dez vezes. “Por isso, as empresas precisam modernizar e preparar a infraestrutura atual de TI para suportar novas cargas de trabalho e avançar na transformação digital dos negócios. Ou seja, otimizar a infraestrutura para torná-la mais eficiente e o processo de entrega de serviços mais simples, transparente, ágil e inteligente.”

Além de preparar desde já a infraestrutura, Gonçalves ressalta que, para enfrentarem o desafio de adaptar suas operações para a nova era da interação homem-máquina, as empresas terão também de aprimorar as suas capacidades no desenvolvimento de aplicações e qualificar a força de trabalho para essa nova realidade.

A Dell lista, a seguir, as principais tendências que devem direcionar as estratégias das empresas em 2018:

1. Inteligência Artificial executará “tarefas de raciocínio” em alta velocidade 

Nos próximos anos, a inteligência artificial vai mudar a forma como as pessoas trabalham com dados, não apenas em sua curadoria. As empresas aproveitarão a IA para fazer “tarefas de raciocínio” orientadas por dados, reduzindo significantemente o tempo que desperdiçam debatendo o escopo, cenários e testes de cada inovação. Isso dará mais liberdade para que tomem decisões e avancem com maior velocidade, evitando que novas boas ideias sejam desperdiçadas.

Ainda que muitos teóricos acreditem que a IA irá substituir empregos, novas tecnologias podem, inclusive, criar novas posições, desencadeando novas oportunidades. É esperado o aumento de demanda por um novo perfil de profissionais de TI, focado em treinamento e aperfeiçoamento de inteligência artificial. Esses profissionais serão responsáveis por definir os parâmetros para o que deve e não deve ser classificado para um resultado de negócios, determinar as regras de engajamento, e critérios sobre o que constitui ‘recompensa’, como exemplo de atividades. Uma vez que isso aconteça, a tecnologia poderá recomendar oportunidades comerciais positivas com muita agilidade.

2. Inteligência será incorporada à IoT       

Em 2018, acontecerá um avanço significativo na incorporação de inteligência quase instantânea em veículos, organizações, casas e cidades conectadas. Com o custo de processamento de energia diminuindo, em breve, haverá 100 bilhões de dispositivos conectados e, rapidamente, 1 trilhão. A magnitude da combinação de dados, poder de processamento com o poder da Inteligência Artificial, vai ajudar as máquinas a orquestrarem melhor os recursos físicos e humanos. As pessoas devem evoluir para ‘condutores digitais’ com a tecnologia funcionando como uma extensão delas mesmas.

3. Headsets com realidade aumentada

Também não demorará até que a linha que separa a realidade “real” e a aumentada comece a diminuir.  A viabilidade comercial da realidade aumentada (RA) já é evidente. Por exemplo, equipes de trabalhadores da construção civil, arquitetos e engenheiros usam headsets RA para visualizar novas construções, coordenar esforços com base em uma visão única de desenvolvimento e realizar treinamento remoto dos trabalhadores. Esta tecnologia irá redimensionar a eficiência humana ao aproveitar seu conhecimento para proporcionar uma evolução da força de trabalho. Outro campo onde será possível esperar grandes impactos é na área de entretenimento e nas arenas esportivas, que devem oferecer cada vez mais experiências imersivas.

4. Clientes e empresas estarão cada vez mais próximos

Um estudo da Dell Technologies mostrou que 45% dos líderes de médias e grandes organizações acreditam que elas poderão estar defasadas no prazo de 5 anos e 78% avaliam que startups representem ameaça aos seus negócios. Nunca foi tão importante colocar a experiência do cliente em primeiro lugar. No próximo ano, as empresas usarão análise preditiva, aprendizagem de máquina e inteligência artificial para entender as necessidades dos clientes e, até mesmo, antevê-las. Os serviços de atendimento ao cliente serão o pivô da mistura entre homem e máquina, com o atendimento humano interagindo com agentes virtuais inteligentes, como um time, para oferecer a melhor experiência.

5. Imparcialidade garantida pela tecnologia

Durante a próxima década, tecnologias emergentes, como realidade virtual e IA, vão ajudar as pessoas a encontrar e agir em relação à informação sem interferência de emoções ou preconceitos externos, ao mesmo tempo em que as capacitará para exercer o julgamento humano quando apropriado. A inteligência artificial será utilizada em processos de recrutamento e para realizar promoções de cargos, enquanto a realidade virtual será utilizada em entrevistas para assegurar oportunidades exclusivamente por mérito, mascarando a identidade do candidato com um avatar.

6. Crescimento do eSports no mercado de mídia e entretenimento

O mercado gamer será impactado por novos dispositivos de realidade virtual e computação de alta definição, com milhares de jogadores e espectadores sintonizados nas batalhas virtuais. Além disso, o fenômeno de eSports aponta para uma tendência mais ampla que impacta, inclusive, atividades humanas. Os esportes tradicionais, por exemplo, terão parte de suas atividades digitalizadas, buscando monitoramento a partir da análise de dados para melhorar o desempenho e criar novas experiências para o público.

7. Migração para a “meganuvem”

Em 2018, as empresas devem mover-se com maior agilidade em direção a uma abordagem multi-cloud que integrará os modelos público e privado, hospedados, gerenciados e SaaS. No entanto, à medida que mais aplicativos e cargas de trabalho estarão divididas em várias nuvens, o gerenciamento se tornará um desafio.

A meganuvem irá tecer várias nuvens privadas e públicas para comportar-se como um sistema coerente e holístico, que oferecerá uma visão unificada e inteligente de todo um ambiente de TI. Para tornar a meganuvem possível, será preciso criar inovações de nuvens múltiplas em rede (para mover dados entre nuvens), armazenamento (para direcionar dados para a nuvem correta), computação (para utilizar o melhor processamento e aceleração para as cargas de trabalho), orquestração (para ligar redes, armazenamento e computação em conjunto entre nuvens) e, como nova oportunidade, os clientes terão de incorporar Inteligência Artificial e aprendizado de máquina  para trazer a automação e insights para esse ambiente de TI de próxima geração.

8. Desafios de segurança

Neste mundo cada vez mais interligado, a dependência de terceiros nunca foi maior e as organizações contam com sistemas altamente interconectados. Essa arquitetura traz novos desafios de segurança, uma vez que as invasões e ataques podem ter pequenos sistemas ou dispositivos como portas de acesso.

Devido à relação cada vez mais entrelaçada entre pessoas e máquinas, pequenas falhas podem causar grandes impactos de segurança. Por isso, será um ano em que as empresas vão priorizar a implementação de ferramentas de segurança cibernética e tecnologias efetivas para proteção de dados e evitar ameaças.

 FONTE: COMPUTERWORLD