3 tendências de tecnologia, direto do Vale do Silício

SÃO FRANCISCO (FOTO: WIKIPEDIA/PAUL H.)

Inteligência artificial, tecnologias para a saúde e diversidade. Saiba o que está movimentando o mundo das startups.

O Startup Grind, que aconteceu em Redwood City, na Califórnia, foi mais um dos muitos eventos incríveis que acontecem nos arredores de São Francisco. Dezenas de startups, com níveis diferentes de maturidade de negócios e mercados se reuniram para compartilhar informações valiosas direto da zona de guerra da tecnologia.

Dentre todos os assuntos, algumas tendências se destacaram em várias palestras.

Inteligência artificial vai automatizar todas as tarefas mundanas
Só se fala disso no mundo das startups por aqui. Desde bots para fazer o atendimento ao cliente até carros autônomos, a pauta é inesgotável. Qualquer empresa que tenha acesso a dados tem que começar a pensar em como usá-los de uma forma inteligente, e para ontem. Vários fundos de investimento estão focando em startups que nascem com AI (Artificial Intelligence) no DNA ou estão incorporando AI na sua estratégia de negócio. O próprio Google, que lançou o Gradient Ventures em julho passado, falou do custo atual de se fazer AI e da necessidade de mais investimento na área.

Existem infinitas maneiras para as startups usarem AI e várias categorias: supervised/unsupervised learningtransfer learning, structured/unstructured data learning, entre outras. Como disse o Dr. Andrew Ng, professor em Stanford (mas também ex-Chief Scientist no Baidu, founding lead no Google Brain, cofundador do Coursera, graduado em MIT, Berkeley e Carnegie Mellon), o core de uma startup centrada em AI é ter uma estratégia sólida de aquisição de dados. A palestra dele era intitulada “Inteligência Artificial é a nova eletricidade”. Precisa dizer mais sobre o assunto?

Tecnologias voltadas para melhorar a saúde estão em alta
Hoje já podemos coletar dados valiosos sobre a nossa saúde diariamente. Desde os batimentos cardíacos, alimentação e hábitos esportivos, aplicativos e wearables (os dispositivos vestíveis) estão coletando informarções que podem ser muito úteis no futuro. O CEO da Fitbit, James Park, pontuou que a empresa está trabalhando com médicos e pesquisadores e já está próxima de poder detectar quando uma pessoa se torna propensa a desenvolver diabetes. Tudo isso porque flutuações na saúde de uma pessoa podem servir como alerta para essa e diversas outras doenças antes mesmo que se manifestem.

Não somente a Fitbit, mas várias outras startups americanas enxergam a área de saúde como uma grande oportunidade para avanços – visto que coletar dados está cada vez mais fácil e que o machine learning acelera a curva de aprendizado das pesquisas.

O mundo da tecnologia está cada vez mais democrático
Ao contrário do evento annual da SaaStr, onde o público era majoritariamente branco (ainda que muitas mulheres estivessem presente), no Startup Grind, a plateia era principalmente composta por minorias. Deixe-me explicar melhor: na SaaStr, as startups já têm o modelo de negócio mais estabelecido e as palestras são mais avançadas em termos de conteúdo. Muitas startups já receberam aporte, o que explica executivos homens e brancos, na sua grande maioria. Afinal, apenas 13% dos aportes são para startups lideradas por minorias.

No Startup Grind, muitas startups ainda são novas, ideias por lançar ou sendo testadas. Os assuntos são mais voltados para as fases iniciais do negócio. O que é impressionante é ver que a grande maioria das pessoas ali eram morenas, negras ou asiáticas – e muitos jovens. Uma das palestras “navegando o Vale do Silicio sendo uma minoria” era praticamente só de negros na plateia.

O que isso influencia? Se tudo der certo, teremos uma bela onda de startups sendo lançadas para resolver problemas de diversas camadas sociais e culturais, com perspectivas bem diferentes sobre os problemas do mundo moderno. Não posso deixar de mencionar que ambos os eventos tiveram em torno de 7 mil participantes, só para pontuar o tamanho da minoria chegando ao mercado das startups.

Bônus: O assunto “carro voador” surgiu algumas vezes. Mas deixou de ser comentado como um sonho megalomaníaco impossível para virar “mais um projeto ambicioso do Vale”. Em tempo, vai ser mais na linha de drones e helicópteros do que propriamente um carro no estilo Jetsons.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS