3 macrotendências para inspirar a inovação

IZA DEZON (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Tentar antecipar as grandes tendências da sociedade é o grande desafio – e oportunidade – para as empresas que querem inovar. O objetivo do Futur(s), relatório anual de previsão de tendências da consultoria Peclers Paris, é exatamente esse, além de explicar esses grandes movimentos sociais e traduzi-los para as empresas. Nesta terça-feira (06/02), a representante da companhia no Brasil, Iza Dezon, fez o lançamento do Futur(s), no Habitat, espaço de coworking da InovaBra.

Durante a apresentação, ela explicou três das oito macrotendências apontadas pela Peclers em seu mais recente relatório, finalizado em novembro. Segundo a consultoria, os movimentos destacados valem de dois a cinco anos.

1. Identidades dinâmicas
“A gente nunca tinha pensado tanto na construção da nossa própria identidade”, diz Iza sobre as redes sociais. Porém, esse movimento parece estar perto de um esgotamento. Quem tem contas no Instagram, Facebook e LinkedIn já têm três identidades digitais completamente diferentes. “Mas agora a gente cansou. Cansou de estar o tempo inteiro preocupado com o número de likes e com a opinião dos outros sobre tudo o que estamos fazendo”, afirma. Neste ano, o Futur(s) fala sobre a vontade de as pessoas pararem de controlar incessantemente suas identidades.

Como exemplo dessa macrotendência, Iza falou sobre um movimento recente chamado body neutrality, que foi de certa forma uma resposta à ideia de que as pessoas precisam amar seus corpos da forma que são. “É sobre se aceitar mais do que ter um amor infinito”, diz.

Outro exemplo dessa tendência é a valorização da “idade emocional”, uma reação ao sentimento de estar ficando “velho demais” – “todo mundo está sempre se achando muito velho, mas isso porque a gente usa outra geração como ponto de referência”.

Por último, essa macrotendência fala também sobre a redefinição da masculinidade no mundo atual. Após anos discutindo sobre o empoderamento feminino, a Peclers se volta à definição do masculino. “Como a gente trabalha a masculinidade quando o homem não é mais necessário como pai, como ganha-pão e como força física, que foi o que definiu nosso conceito de masculinidade até agora?”.

2. Utopias pragmáticas
Essa tendência discorre sobre a consolidação da economia colaborativa – anos após a discussão sobre ela estar em voga. “Há tempos atrás, nós tínhamos as empresas tradicionais de um lado e do outro as startups e empresas da economia criativa tentando sobreviver, salvo um unicórnio ou outro”, afirma Iza. Agora, diz ela, as ideias de design thinking começaram a chegar às grandes empresas como motor da inovação.

Outra mudança que vem ocorrendo é a redefinição do varejo. “Ninguém mais vai ao shopping para comprar alguma coisa, vai para ir no cinema ou levar o filho para brincar”, afirma. A saída para muitas marcas tem sido redefinir o conceito de loja, que deixa de ser necessariamente um espaço para comprar produtos e passa a ser um ambiente para encontrar outras pessoas. Exemplos disso são empresas que estão promovendo o varejo educativo: as lojas se tornam espaços onde os atendentes ajudam os clientes a solucionar seus problemas, ainda que sugerindo o consumo de um produto daquela marca.

3. Natureza aumentada
“No Futur(s) 16, estávamos muito otimistas. O acordo de Paris tinha acabado de ser fechado. Mas, em 2017, muitas coisas aconteceram, como Donald Trump resolver sair do acordo”, diz Iza. No relatório de 2017, o Futur(s) identificou, porém, uma tendência de as pessoas e empresas tomarem o assunto da sustentabilidade para si mesmas. “A gente entendeu que não dá para depender só do Estado para resolver isso”.

Por outro lado, houve também a percepção de que é possível usar a tecnologia a serviço da maior conscientização para a preservação da natureza. Por último, houve grandes avanços na bioengenharia – a tentativa de usar os sistemas da natureza para inovar. “Por muitos anos falamos muito pouco sobre isso, mas a tentativa de replicar a natureza ficava muito no campo estético”, diz Iza. Mas, em 2017, mais companhias buscaram entender os sistemas internos das plantas para inovar.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS