3 EMPRESAS QUE APOSTAM NA ROBÓTICA PARA INOVAR NA EDUCAÇÃO

Os foguetes, carrinhos eletrônicos ou mesmo os robôs jogando futebol foram as grandes atrações (Foto: Divulgação)

Startups usam a tecnologia para propor uma dinâmica de ensino mais atrativa para os alunos.

Robôsarduinoscircuitossensores. Esses elementos estão começando a entrar dentro da sala de aula e incentivando os alunos a colocar a “mão na massa”. A chamada cultura maker vem abrindo espaço para o surgimento de negócios que unem tecnologia e educação. Algumas dessas empresas se apresentaram no Bett Educar 2018, evento de educação que discute as tendências do setor.

Os foguetes, carrinhos eletrônicos ou mesmo os robôs jogando futebol foram as grandes atrações da feira, principalmente porque são projetos que podem ser feitos por crianças.

Os empreendedores deste setor buscam novas formas de ensinar e tornar as disciplinas tradicionais mais atrativas para os alunos.

Fórmula 1 (Foto: Divulgação )

Eles apostam na metodologia STEAM, que une os conceitos de ciência, tecnologia, artes, engenharia e matemática nos projetos educacionais para provar que ainterdisciplinaridade pode ajudar no desenvolvimento do aluno. “Nos últimos dois anos, eu percebi um aumento do número dessas empresas de robótica no evento. Seis novas empresas se apresentaram este ano”, afirma Claudia Valério, diretora da Educar Bett Brasil.

Conheça três negócios que decidiram levar a tecnologia para dentro das escolas.

Maker Robotics

“Eu queria ensinar matemática, ciência e física por meio da robótica”. Esse era o desejo do cientista da computação Rafael Oliveira, quando decidiu fundar a Maker Robotics em 2012. O empreendedor acredita que para a criança aprender certos conceitos é preciso colocá-los em prática.

Rafael Oliveira (Foto: Amanda Oliveira)

Segundo Oliveira, a Maker Robotics oferece para as escolas uma série de projetos relacionados com a robótica, assim como os materiais que serão utilizados e cursos de capacitação para os professores.

“Cada projeto dura em média 1h40 e nós trabalhamos com uma atividade por semana”, diz o empreendedor. Entre os exemplos estão robôs que podem desarmar bombas ou um jardim de rosas que abrem e fecham sozinhas. Existem projetos mais longos que são trabalhados dentro das feiras de ciências.

É o caso da horta automatizada de tomate, pimenta e erva-cidreira. Os alunos fizeram um sistema de irrigação automática para controlar a umidade do solo. De acordo com o fundador, a Maker Robotics cobra uma mensalidade da escola que varia de R$ 45 a R$ 75 por aluno. Atualmente, eles já trabalham com 239 escolas e já faturaram R$ 2,5 milhões.

Zoom
O goiano Marcos Wesley sempre gostou de fazer seus próprios brinquedos. Esse lado maker de Wesley o inspirou a fundar a Zoom, lá em 2003. A empresa desenvolve projetos para as escolas que envolvem robótica, programação e eletrônica “Nós investimos não apenas no produto que é o robô, mas no processo para que ele seja construído”, diz o empreendedor.

Marcos Wesley  (Foto: Amanda Oliveira )

Para adotar a metodologia da Zoom, a escola paga anualmente em média R$ 360 por aluno. No pacote, a instituição de ensino conta com 32 aulas para apresentar a temática para as crianças. A empesa também oferece materiais, oficinas, palestras e cursos para a capacitação dos professores. “Nós já estamos trabalhando com quase 1 mil escolas e já faturamos R$ 32 milhões.

Um dos projetos da empresa incentivou os alunos a criarem uma equipe de Fórmula 1. “Eles precisam criar o carro a partir de conceitos de aerodinâmica, fazer plano de negócio, marca e até mesmo conseguir patrocínio”, afirma o fundador.

Microduino

Em 2012, os chineses Tiki Wang e Bin Feng decidiram lançar no mercado um microarduíno para conquistar o público que se interessa por robótica. No entanto, com o tempo eles perceberam que podiam adaptar essa tecnologia e torná-la amigável e acessível para as crianças. Em 2015, eles lançaram o mCookie. Parecido com a forma de bolachinhas, os blocos são programáveis e têm conexões magnéticas.

Gustavo Chien e Tiki Wang (Foto: Divulgação )

Mas o que dá para fazer com isso? Pode parecer complicado, mas esses materiais tornam os conceitos de mecânica mais próximos das crianças. Os kits de mCookie, por exemplo, podem vir com um cartão em formato de ambulância e 24 módulos programáveis com funções diferentes. Esses blocos permitem acionar a luz ou até mesmo a sirene do carro. O valor médio dos kits é de R$ 990 até R$ 1.500.

“Nós estamos tendo uma maior demanda dos consumidores brasileiros, porque eles estão buscando investir mais na metodologia STEAM ”, diz Bin Feng. De acordo com Gustavo Chien, diretor de operação da empresa no Brasil, atualmente a  Microduino já trabalha com em média 15 escolas no Brasil e já impactou oito milhões de alunos no mundo.

Um dos projetos que eles realizaram foi a urna eletrônica. Os alunos criaram e usaram o equipamento em uma aula de história.

As pessoas votavam no início do debate em que tipo de forma de governo preferiam e na saída realizam o mesmo processo. A ideia era mensurar a opinião do público. “O lado esquerdo do nosso cérebro é muito bom para a lógica, ciência e matemática, enquanto o lado direto tem facilidade com a criatividade, arte e imaginação.  Se nós conseguimos trabalhar com essas duas áreas juntas, as crianças aprenderiam melhor”, afirma Feng.

FONTE: PEGN