“2018 será o melhor ano para as startups brasileiras”, diz fundador da ACE

Pedro Waengertner discute as tendências e tecnologias promissoras do ecossistema de startups em 2018 e dá alguns conselhos

Pedro Waengertner é fundador da ACE, uma das maiores aceleradoras de startups da América Latina. Fundada em 2012, mais de 170 startups já foram aceleradas pela ACE. Um dos diferenciais da aceleradora é que, mesmo depois do período da aceleração, as startups em seu portfólio continuam recebendo conselhos de gestão.

Em uma entrevista para a StartSe, Waengertner contou suas impressões para 2018 sobre o ecossistema de startups e as tecnologias mais promissoras. “As startups que se destacarão serão aquelas que de alguma maneira reinventam algo na ótica do cliente final ou a própria cadeia de algum setor”, comenta.

Aprendemos esse exemplo com a Uber – a empresa surgiu como uma promessa, uma startup que trouxe um novo modelo de negócios que agiliza o transporte urbano e o torna mais acessível em qualquer lugar do mundo. Ela democratizou, completamente, o transporte em grandes cidades – pessoas que nunca pegavam o transporte individual passaram a tomar, além de reduzir a quantidade de pessoas que bebem e dirigem.

Outra tendência para 2018 é que as startups comecem a amadurecer seus produtos e modelos de negócios, trazendo um crescimento mais consistente. “Estamos vendo um faturamento bem maior nas startups que estão chegando na ACE, o que quer dizer que as metodologias de máquina de venda e receita prevista estão impactando positivamente no crescimento das startups, independente de investimento ou não”, afirma Pedro Waengertner.

Mais investimentos

Justamente pelo aumento no nível de faturamento das startups, o fundador da ACE acredita que no ano que vem haverá um maior número de investimentos, inclusive em startups em estágios iniciais. Isso acontece porque, devido ao amadurecimento do mercado, alguns empreendedores já passaram por startups e estão criando sua segunda ou terceira startup, agora ainda mais experientes. A trajetória de Pedro é, inclusive, semelhante – ele já criou e vendeu algumas empresas, como o Zuppa (fundada em parceria com Mike Ajnsztajn, também fundador da ACE), comprada pelo Peixe Urbano.

Mas, em meio a tantas startups, como se destacar? Pedro respondeu: “O principal impacto que uma startup pode causar é encontrar um problema real, relevante, e desenvolver uma solução diferenciada para ele. O que a gente menos precisa é de startups que só tangenciam problemas ou que não tenham criatividade suficiente”. Ele ainda afirma que é necessário trazer soluções globais, pois outras empresas entrarão no Brasil para concorrer com as startups do país.

Com a experiência de aceleração de mais de uma centena de startups, Pedro acredita que as áreas promissoras para o ano que vem – e que podem ser muito desenvolvidas – são os softwares as a service (Saas), serviços financeiros e pagamentos e tecnologias no campo da agricultura. Para saber mais sobre agrotech, veja nosso e-book gratuito.

Novas tecnologias: o blockchain e a inteligência artificial

Por trazerem a cura para diversas dores do mundo, startups trazem inovações – para o fundador da ACE, elas são a “força motriz” da Nova Economia. São novas tecnologias como blockchain e inteligência artificial que trarão mudanças significativas no mundo. Essas inovações serão abordadas no evento 2018, que discutirá como a revolução da Nova Economia afetará nossas vidas a curto e longo prazo. Confira.

Para Pedro, o blockchain pode aproximar as pessoas agindo como um gerador de confiança através da tecnologia.  “Eu vejo muitas aplicações para o blockchain, desde contratos mais eficazes e inteligentes até o ponto de vista prático e financeiro mesmo, de transações. A propriedade digital é uma coisa revolucionária e que combate a burocracia que temos no Brasil, trazendo um governo inteligente e potencial que o cartório seja substituído por tecnologias de blockchain, por exemplo. É um potencial muito grande de mudança”, comenta.

Já a inteligência artificial terá o papel de tornar pessoas mais produtivas, otimizando processos e cortando caminhos. “O mais importante é centrar essas tecnologias na utilização do cliente, em problemas reais que temos que resolver, e não ir na tecnologia pela tecnologia”, finaliza.

FONTE: StartSe