EMPRESÁRIO ACUSADO DE ROUBAR TECNOLOGIA DA WAYMO PARA O UBER CRIA NOVA STARTUP

Anthony Levandowski está entre os fundadores da Kache.ai, empresa especializada em construir caminhões autônomos

Anthony Levandowski, empreendedor do Vale do Silício (Foto: Divulgação )

Uma das mais controversas figuras do mercado de tecnologia dos últimos anos está de volta: acusado de roubar tecnologia de carros autônomos da Waymo para o Uber, o empreendedor Anthony Levandowski tem uma nova startup, conforme publicou o site especializado em tecnologia TechCrunch. Chamada de Kache.ai, a empresa ainda está envolta em mistério, mas deve trabalhar com veículos autônomos e mirar o mercado oriental – “kache” significa caminhão em chinês.

Por enquanto, pouco se sabe sobre a empresa – ela tem uma sede na cidade de Santa Helena, na Califórnia, e está situada em uma casa que pertence ao pai e à madrasta de Levandowski. A Kache.ai está contratando engenheiros, também, de diversas áreas – de mapeamento a especialistas em robótica e simulação.

A empresa tem ainda um site oficial, embora ele contenha poucas informações – após a reportagem do TechCrunch, a empresa retirou dados que estavam disponíveis. “Estamos desenvolvendo a solução para o próximo nível de caminhões autônomos”, dizia o endereço. “Nossa estratégia de desenvolvimento é baseada em um time ágil e muito agressivo.”

Ágil e agressivo também é uma boa forma de descrever a carreira de Levandowski nos últimos tempos. Ele foi um dos pioneiros dos carros autônomos em competições patrocinadas pelo exército americano, durante a década de 2000. Seu destaque fez com que ele fosse trabalhar no Google, onde ajudou a desenvolver os carros autônomos da empresa, que acabou se tornando uma divisão própria da holding Alphabet, chamada de Waymo.

Em 2016, Levandowski deixou a Waymo para criar sua própria startup, a Otto, que desenvolveu caminhões autônomos. A empresa foi comprada no final daquele ano pelo Uber, por cerca de US$ 680 milhões – Levandowski passou, portanto, a liderar os esforços da startup de carona paga por aplicativo no setor.

No entanto, no final daquele ano começou um processo no qual a Waymo acusava o engenheiro de roubar 14 mil arquivos sobre a tecnologia LiDaR, usada em sensores dos veículos sem motorista, e de levá-los para o Uber.

Chamado a depor, Levandowski não disse nada, conclamando o uso da Quinta Emenda da Constituição Americana, que reza que um cidadão pode se opor a depor para não gerar provas contra si mesmo. Ele acabou sendo demitido poucas semanas depois. O caso acabou no começo deste ano, com o Uber pagando cerca de US$ 240 milhões em ações à Waymo como indenização pelo incidente.

FONTE: PEGN